sábado, 15 de janeiro de 2011

Lesões do joelho



"O joelho é uma articulação de extrema importância, sendo composto pelos ossos da coxa (fêmur) e da perna (tíbia), além da patela (antigamente chamada de rótula). A junção desses ossos depende de estruturas de suporte, como ligamentos, a cápsula da articulação e os meniscos, que garantem a estabilidade da mesma".

Os meniscos são pequenas estruturas em forma de disco, que possuem as funções de absorção de impactos, permitir que os ossos se articulem adequadamente e aumento da estabilidade da articulação. Em cada joelho encontramos dois meniscos.
Os ligamentos são estruturas que funcionam também para dar estabilidade à articulação, limitando alguns movimentos e impedindo que os ossos saiam de seu lugar normal.
As lesões de joelho são bastante comuns em indivíduos que praticam esportes, e que estão submetidos a exercícios que levam a impacto importante nessa articulação. O sofrimento crônico da articulação pode levar a dor, desgaste, problemas para andar, entre outros. Por isso, é importante que as pessoas que pretendem praticar exercícios procurem orientação médica/fisioterapêutica antes e durante essa prática, de forma a evitar complicações futuras.

As lesões de menisco são raras na infância, ocorrendo principalmente no final da adolescência, com pico na terceira e quarta décadas de vida. A principal causa é o trauma ("acidentes agudos") da articulação, porém, após os 50 anos de vida deve-se principalmente a artrite do joelho. O menisco pode apresentar vários tipos de lesão: rupturas parcial, total e complexas. Além disso, a ruptura do menisco pode ocorrer sozinha ou associada à ruptura de ligamento.
O indivíduo, geralmente, conta uma história de queda, rotação do joelho ou outro trauma, sente dor no joelho, apresenta-se mancando e a articulação mostra crepitações (barulhos, estalos) e limitação do movimento (o joelho não consegue se mover em todas as direções na amplitude normal).
Nos casos de lesões leves e em que o paciente não está sentindo nenhum sintoma, não é necessária cirurgia. Já nos casos de dor persistente, pode ser realizado um exame chamado artroscopia. Nesse exame, um aparelho é introduzido na articulação e permite que o médico veja diretamente as lesões presentes. Durante o exame, pode ser feito o tratamento, com retirada da parte rompida do menisco. A recuperação total da função do joelho ocorre em 4-6 semanas.
As lesões de algumas partes do menisco não precisam ser retiradas, pois elas recebem bastante sangue da circulação, e isso facilita a cicatrização da ruptura. Já as grandes rupturas exigem o reparo. Em alguns casos, é necessário também a reconstrução de um ligamento do joelho, para ajudar na estabilização da articulação e impedir que o joelho adquira uma movimentação anormal.
Sabe-se que a retirada do menisco, em idade precoce, está associada a um risco maior de osteoartrite em idade mais jovem. Uma alternativa, que previne essa complicação, é o transplante de menisco, que leva a bons resultados. No futuro, outros tratamentos poderão permitir a regeneração do menisco.



Os ligamentos trabalhem em conjunto com os meniscos, e freqüentemente nas lesões agudas, ocorre comprometimento de mais de uma estrutura. Nas lesões de ligamentos, podemos observar estiramento com ou sem instabilidade do joelho ou ruptura completa do mesmo.
Essas lesões acontecem muito comumente em atividades esportivas, quando o pé está fortemente apoiado no chão e a perna sofre uma rotação brusca. O indivíduo pode sentir o estiramento/ruptura do ligamento, e é incapaz de continuar a atividade que estava praticando. Alguns ligamentos são lesados mais freqüentemente do que outros, e cada um requer um tipo específico de tratamento.
O paciente apresenta forte dor e pode mostrar também espasmos musculares. Em alguns casos, há derramamento de sangue dentro do espaço da articulação, uma situação chamada hemartrose. O médico sempre deve pesquisar uma possível lesão de menisco associada. Existe também a possibilidade de o comprometimento do ligamento ser crônico e o indivíduo conta que o joelho às vezes não completa o movimento. Freqüentemente, nesses casos, esses pacientes não procuram o médico logo que os sintomas iniciam-se, mas quando surgem outros sintomas como fraqueza muscular e piora da capacidade para andar.
O tratamento indicado, como já dissemos, vai depender do ligamento lesado e da gravidade da lesão. Pode ser necessária reconstrução cirúrgica, especialmente em atletas. O processo de reabilitação, após a cirurgia, é de extrema importância para garantir a mobilidade completa da articulação. A grande maioria dos casos atinge recuperação completa ou quase completa da movimentação normal do joelho.



O deslocamento de patela é uma importante causa de hemartrose e deve sempre ser pesquisado nos casos de trauma agudo do joelho. Essa lesão ocorre quando o joelho está dobrado e a perna sofre uma força de "rotação para fora". É mais comum em mulheres, na segunda década de vida.
O indivíduo relata que a patela (rótula) deslocou "para fora", ou então pode falar que o restante do joelho deslocou "para dentro". Porém, geralmente, o deslocamento só é visualizado na hora em que ocorre, pois a redução (ou seja, a volta da patela para seu lugar normal) ocorre quando a pessoa estica a perna. Quando o médico examina o joelho, o paciente vai queixar dor e desconforto quando a patela é movimentada ou quando o joelho é dobrado.
Existem várias formas de tratamento para essa lesão, incluindo imobilização imediata associada a exercícios para fortalecimento muscular, imobilização com gesso por 6 semanas seguida de reabilitação, cirurgia, etc. É importante que se faça um estudo da presença de possíveis fatores predisponentes. Se o deslocamento ocorrer novamente, é necessário fazer um realinhamento da patela.



A ruptura de tendões dos músculos da coxa e da patela pode resultar de uma contração muscular excêntrica, como ocorre, por exemplo, quando um atleta tropeça e tenta não cair.
A ruptura do tendão do músculo quadríceps (músculo da coxa) ocorre mais freqüentemente após os 40 anos de idade. Geralmente, o tendão apresenta algumas alterações degenerativas, o que reforça a hipótese de que tendões normais não se rompem. Raramente, ocorre nos dois membros inferiores. A principal característica é que o paciente não consegue esticar a perna e, quando isso é tentado, observa-se a formação de um "buraco" logo acima da patela. O tratamento é cirúrgico.
A ruptura do tendão da patela ocorre em indivíduos com menos de 40 anos de idade. O paciente não consegue esticar a perna, ativamente. A patela encontra-se deslocada para cima e pode-se sentir um defeito abaixo dela. O tratamento também é cirúrgico.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Entorses do tornozelo

Uma entorse do tornozelo é uma rotura dos ligamentos (o tecido elástico resistente que liga os ossos entre si) no tornozelo.
Qualquer dos ligamentos do tornozelo se pode lesar. As entorses costumam ocorrer quando o tornozelo roda para fora, fazendo com que a planta do pé fique virada para o outro pé (se inverta). Os ligamentos frouxos no tornozelo, os músculos fracos, as lesões dos nervos da perna, certos tipos de calçado (como os sapatos de salto alto e estreito) e certas maneiras de caminhar, tendem a provocar a rotação do pé para fora, aumentando o risco de uma entorse.

Sintomas
A gravidade da entorse depende do grau de estiramento ou de rotura dos ligamentos. Numa entorse ligeira (grau 1), os ligamentos podem estirar-se, mas de facto não se dilaceram. O tornozelo não costuma doer ou inchar em demasia; contudo, uma torção ligeira aumenta o risco de uma lesão recorrente. Numa entorse moderada (grau 2), os ligamentos rompem-se parcialmente. A inflamação e os hematomas são frequentes. Em geral, é dolorosa e torna-se difícil andar. Na entorse grave (grau 3), os ligamentos dilaceram-se completamente, causando inchaço e por vezes hemorragia sob a pele. Por conseguinte, o tornozelo torna-se instável e incapaz de suportar o peso.
 
Entorse grave
A entorse pode ocorrer quando o tornozelo roda para fora (se inverte), rompendo o ligamento da parte externa do tornozelo.

Diagnóstico e tratamento
O exame físico do tornozelo orienta acerca da extensão da lesão do ligamento. Com frequência, faz-se uma radiografia para determinar se o osso está fracturado, mas nela não se avalia a entorse do tornozelo. Só raramente se exigem exames complementares.
O tratamento depende da gravidade da entorse. Em geral, as torções ligeiras tratam-se envolvendo o tornozelo e o pé com uma ligadura elástica, aplicando compressas de gelo na zona, elevando o tornozelo e, à medida que os ligamentos se curam, aumenta-se de forma gradual o número de passos e exercícios. Nas entorses moderadas usa-se habitualmente um apoio para andar, que se conserva durante 3 semanas. Este imobiliza a parte inferior da perna, mas permite andar com o tornozelo lesionado. Nas lesões graves, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, mas existe controvérsia sobre este tipo de cirurgia. Segundo alguns cirurgiões, a reconstrução cirúrgica dos ligamentos rasgados e gravemente lesados não é mais eficaz que o tratamento sem cirurgia. É muito importante a fisioterapia para restabelecer o movimento, fortalecer os músculos e melhorar o equilíbrio e tempo de resposta, antes de voltar às actividades intensivas.

Complicações
Por vezes, uma entorse grave ou moderada causa problemas inclusive depois de o ligamento ter sarado. Pode desenvolver-se um pequeno nódulo num dos ligamentos do tornozelo que causa uma fricção constante na articulação, conduzindo à inflamação crónica e, finalmente, a lesões permanentes. A injecção de uma mistura de corticosteróides no tornozelo reduz a inflamação, e a administração de um anestésico local alivia a dor de modo eficaz. Raramente se exige a intervenção cirúrgica.
Numa entorse também se pode lesionar o nervo que percorre um dos ligamentos do tornozelo. A dor e o formigueiro consequentes (nevralgia) aliviam-se, por vezes de modo permanente, com uma injecção de um anestésico local.
As pessoas com entorses do tornozelo costumam andar de um modo que desgasta excessivamente os tendões (tecidos fibrosos e resistentes que ligam os músculos ao osso ou os músculos entre si); o resultado final é a inflamação dos tendões do lado externo do tornozelo. Esta afecção, chamada tenosinovite peroneal, pode causar inchaço crónico e dor na parte externa do tornozelo. O tratamento consiste em usar suportes para o tornozelo, que limitam o movimento da articulação. Também podem ser eficazes as injecções de cortisona dentro da bainha do tendão, embora não se deva abusar do seu uso.
Por vezes, o impacto de uma entorse grave causa espasmos nos vasos sanguíneos do tornozelo que reduzem a circulação sanguínea. Por conseguinte, algumas zonas do osso e de outros tecidos podem ficar afectadas devido à falta de irrigação, pelo que podem começar a deteriorar-se. Esta afecção, denominada distrofia simpática reflexa ou atrofia de Sudeck, pode provocar inchaço e dor no pé, muitas vezes intensa, que pode passar de um ponto a outro do tornozelo e do pé. Apesar da dor, a pessoa pode continuar a andar. A fisioterapia e os analgésicos administrados por via oral podem ser úteis. Pode-se recorrer, em caso de dor crónica e intensa, à injecção de um anestésico local à volta do nervo que estimula o tornozelo (bloqueio do nervo), assim como à administração de corticosteróides e a apoio psicológico.
A síndroma do seio do tarso é a dor persistente na zona entre o osso do calcanhar (calcâneo) e o osso do tornozelo (talus ou astrágalo), em virtude de uma entorse. Pode estar associada à rotura parcial dos ligamentos dentro do pé. As injecções de corticosteróides e os anestésicos locais são muitas vezes úteis.
link: http://www.manualmerck.net/?id=82&cn=796

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lesoes Musculares

Uma rápida introdução multimídia ao nosso assunto

Apresentação do nosso BLOG

Somos alunos da disciplina Metodologia da Ginástica, ministrada pela Profa. Dra. Cláudia Goulart, do curso de Educação Física da Universidade de Brasília-UnB. Esta disciplina encontra-se elencada no primeiro semestre do fluxo do curso, objetivando introduzir-nos nos conhecimentos acerca do movimento humano. Este BLOG, iniciativa constante das atividades curriculares da disciplina, dedicamos a um assunto de vital importância na atuação dos profissionais de Educação Física: as lesões musculares. Nele pretendemos abordar os diversos aspectos envolvidos na compreensão desse fenômeno cotidiano na vida de todas as pessoas e proporcionar, a nós, a nossos colegas de turma, e a quaisquer outros interessados no tema um verdadeiro progresso no estudo e entendimento, e na prevenção dessas lesões, buscando especialmente desmistificar visões errôneas que, como a tantas outras áreas de conhecimento do movimento humano, são comuns nesta matéria. Contamos com sua participação, seus comentários serão de muito auxílio e sempre bem-vindos! Boa leitura a todos!!!